terça-feira, 1 de maio de 2012

Por Marli Geraldo (Gênero Textual: Interrogatório)

Isso pode acontecer a qualquer um... 
O Interrogatório.

Marli Geraldo

Duas horas  depois de um cadáver ser encontrado na soleira da sua porta, dona Magda presta depoimento na  44ª DP na zona Sul de São Paulo.

SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA

DELEGACIA DE POLICIA DO BREJO FUNDO

SÃO PAULO- SÃO PAULO



                      TERMO DE INTERROGATÓRIO.



Boletim de ocorrência policial de nº  366/2012.



Aos  treze dias do mês de abril do ano de dois mil de doze na  44 ª Delegacia de Polícia desta Comarca de São Paulo-SP, sita a Rua das Margaridas s/n – Zona Sul, às dez horas da manhã,  onde presentes se encontravam o delegado Dr. Leopoldo de Barros Lemos, comigo a escrivão (ã) Sra. Amélia de Souza Viriatto, o advogado plantonista Dr. Vespúcio Correia, antes de iniciada a qualificação da investigada pela Autoridade policial foram esclarecidos os seus direitos, passando-se ao interrogatório da Sr.  MAGDA VIEIRA SOUTO, residente e domiciliada nesta cidade portadora do RG. 28.987.990-0, Data de Nascimento: 09.03.1978, Filiação: Osni Bartolomeu de Oliveira e de Maria do Carmo de Oliveira, brasileiro (a), Natural de Mirante do Paranapanema, Profissão: Auditora da Receita Federal, cientificado (a) das imputações que lhe são feitas e interrogado (a) nos termos do Código Penal, Respondeu ao interrogatório abaixo citado, presidido pelo delegado de plantão:

- Qual é o seu nome completo?

- Meu nome...é Magda Vieira Souto.

- Qual a idade?

- Eu...bem tenho...34 anos.

- Qual a sua profissão dona Magda?

- Sou Auditora da Receita Federal.

- A que horas a senhora costuma acordar todos os dias?

- Acordo às sete horas, todos os dias.

- E o que aconteceu nesta manhã de treze de abril de 2012?

- Ah! estou muito nervosa preciso de um copo de água.

- Por favor, providenciem a água para a dona Magda.

- O que houve nesta manhã?

- Então Sr. Delegado como de costume eu acordei, olhei o relógio, levantei, fui ao banheiro escovar os dentes e minha campainha tocou...

- Sim, dona Magda, prossiga.

- Eu apressadamente sai do banheiro, fui até a porta e...estava lá um homem caído, morto!!!

- E o que aconteceu dona Magda?

- Eu abaixei, olhei em volta, mas não vi nada nem ninguém só aquele homem...

- A senhora tocou o cadáver?

- Não me lembro, não sei acho que sim, percebi que tinha um ferimento na cabeça, fiquei desesperada, corri para o telefone e liguei para a polícia.

- Dona Magda a senhora conhecia esse homem?

- Não! Nunca tinha visto este homem antes na minha vida.

- A senhora já foi assaltada dona Magda?

- Não...eu...não.

- Antes de ouvir a campainha a senhora recorda-se de mais alguma coisa? Algum barulho? Houve algum outro acontecimento estranho nesta manhã, qualquer coisa que possa parecer sem significado?

- Não sei delegado, acho que não, não lembro, só sei que tinha um cadáver na minha porta e não sei como ele foi parar lá.

-Muito bem dona Magda, a senhora será dispensada, após assinar o interrogatório. Se lembrar de alguma coisa qualquer coisa me liga. Toma aqui o meu cartão e não saia da cidade. Tem alguém acompanhando a senhora?

- Sim, uma amiga que telefonei e meu filho já deve ter chegado. Obrigada!

- Por enquanto é só dona Magda.

                                     

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